Cresci com um paisagista em casa. Desde pequeno em contato com plantas, nunca me interessei muito pela profissão, até ter a dura escolha de todo jovem na hora de prestar vestibular. Optei pela Arquitetura e Urbanismo, creio que com influência do trabalho do meu pai.

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Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ingressei no mundo das plantas e comecei a formar minha profissão, pela qual sou apaixonado. Durante dez anos trabalhei com Luiz Carlos Orsini na Yapó Paisagismo e tive a oportunidade de entrar em contato com os mais variados formatos de jardins, seja de grande ou pequena escala,  trabalhar com todos os tipos e portes de plantas, climas, biomas, jardineiros e clientes.

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Lembro da sensação das primeiras execuções, quando eu entrava em um casa em construção, aquele local árido, sem vida, cheio de poeira. Quando inseríamos as primeiras plantas, independente do estágio da obra, parecia que alguém já morava lá. A capacidade da natureza em humanizar espaços me surpreendeu de uma maneira que, todas as vezes que isso acontecia, eu sentia um frio na barriga. Depois de finalizada a construção e o paisagismo, a transformação era absurda e aquela imagem inicial desaparecia completamente. E a melhor parte de todas é que aquele não era o fim. A natureza, como um organismo vivo, iria melhorar ainda mais aquele espaço, pois ela está em constante mutação. Muitas vezes o cliente me perguntava se o jardim estava pronto e eu dizia que não. "Hoje seu jardim está bonito. Espere 2 anos e ele ficará lindo. Espere 5 anos e ele estará exuberante".

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A característica da natureza de transformar os espaços não se limita à esfera privada e muito menos aos pequenos espaços. O paisagismo como uma arte, assim como a arquitetura, permite ao usuário vivenciá-la, andar por ela e, especialmente, tirar proveito dela. As sombras que árvores projetam, as frutos que elas dão, faz com que as pessoas tenham uma conexão ainda maior com uma obra paisagística. O conforto térmico que a vegetação pode trazer às construções, aos espaços públicos, além da simples contemplação, faz com que seja indispensável trazer a natureza para perto de nós. Ainda mais hoje, diante de todo o caos em que vivemos, a "selva de pedra", faz-se necessária a intervenção com elementos naturais que tragam qualidade de vida para todos.

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Acredito que todos merecem e podem ter um jardim. Desde um simples vaso de suculenta na janela ou uma árvore na rua de casa até um parque super arborizado por perto. A presença vegetação pode transformar nossas sensações e nossa visão do cotidiano.

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Hoje, à frente do escritório André Orsini Paisagismo, atuo em todas as escalas e tipos de projetos: residências unifamiliares, condomínios, edifícios residenciais e comerciais, parques, praças, fazendas, loteamentos

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